quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Joga Alegre, uma peneira diferente



No campo Cidade de Deus, no bairro Cavalhada, muitos meninos tentam toda semana tornarem-se jogadores de futebol. É o projeto Joga Alegre, que consiste na captação de atletas para o clube que realiza o projeto, o Porto Alegre. Pioneira na iniciativa no Brasil, desde junho de 2009, o clube busca nessa peneira os jogadores que formarão o plantel da equipe que disputa a série A do Gauchão.

Os meninos interessados, nascidos entre os anos de 1990 a 1996, fazem a inscrição no site, apresentam juntamente com o formulário preenchido no site um exame médico e um termo de responsabilidade de um maior de 18 anos, Após agendam um teste. Todas as segundas e terças são realizados treinamentos em dois campos para avaliação de possíveis jogadores. Os pré-selecionados continuando treinando, inclusive participando de amistosos com outras equipes, e podem vir a jogar nas categorias de base do Porto Alegre.

O projeto é uma iniciativa das categorias de base do Porto Alegre e dele saíram cinco titulares do clube da capital: os atacantes Bernardo e Gustavo, o zagueiro Carlão, o volante Iuri e o meia Rafael. Atualmente o clube possui além da equipe principal, os juniores, dos quais 13 dos 32 atletas vieram do projeto, e devem disputar o gauchão de juniores que começa dia 15 de março. A ideia do clube é formar também um time de juvenis, todos oriundos do projeto. “Toda semana aparecem aqui cerca de 70 meninos, desses geralmente dois são aproveitados”, afirma o supervisor técnico das categorias de base do Porto Alegre e coordenador do projeto, Fabian Tardiello. “No começo do Joga Alegre vinham cerca de 120 por semana”, completa Fabian.

Os jovens são divididos pela idade em três categorias, infantil, que são os nascidos nos anos de 1995 e 1996, juvenil, anos de 1993 e 1994 e junior, 1990, 1991 e 1992. Eles são avaliados por três treinadores e dois auxiliares. Dos técnicos, dois são ex-jogadores e outro teve uma vivência na Europa. “Nosso trabalho é ver o talento físico e emocional”, ressalta Fabian. Segundo ele, muitos meninos possuem talento mas falta a maturidade e o preparo emocional necessários a um atleta. “Estamos buscando aquele que, talvez tecnicamente, não seja tão bom hoje, mas que é focado e tem uma mentalidade vencedora e competitiva, porque a parte técnica e competitiva a gente vai treinar, mas o fator a mais é que procuramos”, completa. A ansiedade por um resultado positivo não é só dos meninos, mas também de seus pais, que costumam acompanhar os treinamentos.

Outro objetivo do projeto, além da captação de atletas é de cunho social. “Esses jovens poderiam estar fazendo qualquer coisa na esquina ou na rua, mas estão aqui tendo noções de disciplina e respeito, destaca Tardiello. E faz parte da estratégia de desenvolvimento do clube, que “tenta se posicionar como uma terceira força do futebol da capital”, como ressaltou Tardiello.


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