segunda-feira, outubro 05, 2009

Delírios Colorados - Cem anos, sem erros?


Nem Tite, nem Gleidson. Erros de planejamento estragaram o ano do centenário Colorado. É bem verdade que o Internacional não seguiu a tradição de Grêmio e Atlético Mineiro, que chegaram a lutar contra o rebaixamento no ano em que completavam cem anos. Mas definitivamente, o ano fechará amargo para torcida no show de comemoração do centenário, que contará com Ivete Sangalo e Zeca Pagodinho, entre outros. Eu devia ter desconfiado quando o Inter não conseguiu acertar a vinda de Rita Lee para o show. Havia um abismo entre os desejos do show que o Inter gostaria de fazer e do que sairia de fato do papel. Tal abismo se traduziu no futebol.


O campeão de tudo, plantel mais caro, dono do futebol mais bonito do Brasil não paparia tudo, não, no ano do centenário. Papou o Gauchão e a Suruga. Foi papado na Copa do Brasil e na Recopa. E seguiu sua tradição de cair na primeira fase no ano seguinte a conquistar um título na Sul-Americana. Na sua primeira Libertadores após a conquista do título continental caiu na primeira fase. No primeiro confronto no ano seguinte à conquista da Sul-Americana caiu, pateticamente, diante da Universidade do Chile. Não porque o adversário fosse ruim, não estamos falando do Coritiba, mas de um dos melhores times do Chile. O futebol do Chile ainda não é páreo para o futebol, brasileiro, sequer para o gaúcho. Essa era minha opinião.


Talvez eu esteja cometendo os mesmos erros de convicção da direção do Inter. Que pretendia vender um grande jogador por ano para manter as finanças. Vendeu três em 2009. E outra convicção era trazer reposição à altura. Com exceção de Edu, não levo fé em nenhum dos outros. Alecsandro, como muito atacante de área, só funciona se o time funcionar e jogar para ele. E mesmo assim não ponho minha mão no fogo, pois atacante não erra gol na frente do gol na pequena área. Não deveria. Mas como disse, talvez tenha que rever minhas convicções como a direção do Inter fez há 11 jogos do fim do Brasileiro, quando amarga sua pior colocação desde o começo do campeonato. Um técnico tampão, que já não queria mais treinar foi chamado para levar o Colorado ao título. Ao G-4 já basta, título era a meta quando a convicção da direção era outra.


Já que nossas convicções, minhas e da direção do Inter, são frágeis me dou o direito de arriscar palpites. Tite era um técnico tampão, que ficaria até o final da temporada, quando o Inter tentaria Luxemburgo ou Muricy. Assim como Mário Sérgio é agora um técnico tampão. Sem entrar nos méritos da qualidade dos treinadores Tite e Mário Sérgio, todos sabemos que Tite ganhou prestígio ao conquistar a Sul-Americana e foi ficando, ficando. E se Mário Sérgio levar o Inter ao título ou ao G-4 com uma arrancada espetacular no final, quanto tempo ele fica?


Quanto tempo vai durar essa nova convicção da direção? Quantas convicções surgirão até o império, ops, clube, de um homem só ruir de vez?


Em clubes nos quais convicções mudam como mudam técnicos e esquemas táticos o problema está visivelmente no planejamento feito no inicio da temporada pela direção. A última vez que o planejamento do Internacional foi bem sucedido foi há três anos, em 2006. O problema a meu ver não é que desde então o Inter não conquistou o título mundial, mas que eu não sei qual era de fato o planejamento do Inter no início de 2009. O que era discurso e o que era estratégia. Em 2007 eu também não sabia, em 2008 também não e sinceramente, ao que tudo indica, nenhum de nós saberá em 2010.


Nenhum comentário:

Contato

  • acmagagnin@yahoo.com.br