sexta-feira, novembro 21, 2008

Anna by Anna - Longe do céu

Eu sempre tentei tratar bem as pessoas. Sobretudo as que eu convivia. Mais do que um gesto de educação, era plantar uma semente de amor nos outros para um dia colher. Eu pretensiosamente sempre tive a certeza de que fazia isso muito bem. Claro não sou idiota, quando discutia com alguém sabia que podia estar plantado ódio. Mas falo de situações normais, de convivência com as pessoas.

Conforme o tempo vai passando, muita gente vai ficando pelo caminho. Meus colegas do colégio, vizinhos de infância, primos de terceiro grau, com várias pessoas o afastamento é inevitável. Mesmo após um tempo de convivência. E quando relembro a convivência com pessoas, cujo caminho está distante de mim, sempre tinha essa certeza. De que plantei a sementinha certa.

Hoje tenho dúvidas. Quando alguém que não falo mais, por motivos diversos, retoma o contato, demonstro nas minhas palavras a alegria de ser lembrada.
E quando alguém não demonstra a mínina felicidade em ser lembrado por nós, o que significa? A semente plantada talvez não tenha sido de amor. Talvez na inconsciência eu não tenha sido assim tão agradável.

Ah, eu fui mala, alguém pensou. Pode ser, mas quando um mala me procura eu evito, evito e sorrio amarelo. Quando alguém despreza, trata com estupidez aquela frase de reencontro é porque tem rancor.

Eu não sou perfeita. Já desconfiava disso. Agora tenho certeza. Eu já agi com alguém do jeito que odiei que agiram comigo. Um dia eu quis matar uma pessoa de raiva por sua atitude. Mas outro dia eu agi igualzinho quem eu condenava. Eu já fiz o que disse para os meus amigos não fazer. Eu já magoei alguém. Eu já usei quem me queria bem. E agora tô colhendo essa amarga semente que plantei.

É o preço da minha imperfeição não ser querida por alguém. E tão imperfeita que sou, quero sim acabar com algum rancor que alguém sinta por mim. Mas não consigo me arrepender de uma vírgula do que disse. De um passo que dei. De uma noite que tive. De um beijo que neguei. E de um abraço que não dei.

Por isso tem gente que hoje não quer me ver. Como eu um dia não quis ver quem muito já amei. A roda da vida girou comigo. E eu apontei a seta igualzinho como apontaram pra mim, causei a mesma dor que causaram em mim. Só que não fiz por vingança, pois apontei pra um alvo que nada tinha a ver com a história. O jeito é deixar a roda continuar girando...

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