quarta-feira, maio 21, 2008

Delírio Colorados - Pé na estrada, colorados!

Uma excursão da torcida Popular do Inter

Robson, mais conhecido como Cazuza, acorda cedo em um domingo pela manhã. O dia que o carteiro de 36 anos dedicaria ao descanso tem outro propósito. Dois ônibus e 45 minutos após sair de casa Cazuza chega ao Beira-rio. Mas ainda não ao seu destino. Encontra outros colorados e começam o “aquecimento”. Músicas, bebidas, instrumentos musicais e quatro ônibus aguardam os cerca de 150 torcedores que irão assistir seu time em Caxias do Sul. É o primeiro jogo da final do Campeonato Gaúcho de 2008 e os torcedores querem faturar o título em cima de seu algoz, ou toca, como muitos torcedores chamavam o Juventude.

Nove horas da manhã é o horário combinado. Depois de conferir nomes, pagamentos e material, todos são deslocados para seus ônibus. Os novatos, que estão estreiando em uma excursão da Popular, ficam no ônibus 4, o executivo. O número 1 é o Bonde Colômbia, no qual vai o pessoal mais habituado às excursões. Cazuza é um dos fundadores da torcida e fica no ônibus 4, como responsável pela conservação do veículo. “Podem beber, fumar, cheirar e fazer amor, só não pode é quebrar o ônibus”, avisa a todos na saída de Porto Alegre. A ordem é não ficar quieto. “Estamos na final” lembram a todo o momento os mais entusiasmados. “Haja o que houver, passe o que passar, onde for jogar, também vou estar, sempre a te apoiar”, cantam os colorados.

Cazuza alerta às meninas que saiam das janelas na saída de Canoas e na chegada em Caxias, “eles costumam jogar pedras, cuidado”. Indagado ele diz não lembrar bem quando começou a torcer desse jeito, mas disse que há cerca de 20 anos costuma viajar para assistir o time em outras cidades. Conta já ter visto muitas brigas feias e já ter arrumado problemas em casa por causa do Inter. “Uma vez minha ex-mulher queimou uma bandeira do Inter”, afirma. Segundo Cazuza ela diz até hoje que não se arrepende do que fez. “Eu largava tudo para assistir aos jogos e chegava em casa meio bêbado”, confessa.

A torcida chega ao estádio e não esmorece. Os cantos feitos pela Guarda Popular contagiam aos demais torcedores. “Eu...nunca me esquecerei...dos dias que passei, contigo Inter. Colorado é coração, trago, amor e paixão. Pra sempre Inter!”

Cazuza era membro da torcida organizada Nação Independente, e assim como outros que saíram da Camisa 12 e Super Fico, ele ajudou a fundar a Popular. “Buscava uma torcida que colocasse o Inter acima de qualquer vaidade”, argumenta. Segundo ele, alguns dos seus ideais são compartilhados pelos membros da Popular e ajudam a explicar as características da torcida. A Guarda Popular é um grupo de torcedores que fica atrás da goleira próximo ao banco do Inter, onde normalmente o goleiro colorado começa defendendo, e tem como lema “cantar o jogo todo”. As influências vêm das torcidas do Uruguai, Paraguai e Argentina, mas “com uma ideologia sulista”, conta Cazuza. “Somos todos gaúchos, peleadores”, diz um dos cantos da torcida. O carteiro ainda considera a democracia um dos princípios básicos da Popular.

Aos 48 minutos do 2° tempo, Mendes marca o gol do Juventude para a tristeza dos colorados que estavam no Alfredo Jaconi em Caxias. A determinação é que a torcida adversária só saia após uma hora do fim do jogo, os colorados, então, cantam “OOOOOO, vamo, vamo Inter”.

Pensei em indagar Cazuza se o esforço foi válido apesar da derrota, mas ele estava muito ocupado cantando: “A guarda segue te apoiando por mais essa taça. Vamo vamo meu Inter, eu te quero, eu te preciso. E não paro de cantar, tu é meu melhor amigo!"

Um comentário:

Anônimo disse...

boa tarde tudo bem?gostaria de entrar em contato com o cazuza,pois como colorado acho a popular a melhor e mais bonita torcida do brasil,poii existe uma musica cantada pela boca que seria muito boa fazer uma versão para nós,a musica chama my buem amigo, ta postada no you tube como cantando com boca juniors la bambonera,desde ja agradeço.saudações coloradas

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