sexta-feira, outubro 17, 2008

Anna by Anna - E a arte do desapego


“Pratique o desapego”. Bastou uma frase de um oráculo bobo, desses da internet, para eu perceber. Chega, eu cansei.
Cansei dele e da espera por ele. Cansei de viver de lembranças de momentos quase inexistentes de tão rápidos, Cansei de viver de quase. E de “eu acho”. Cansei de viver de possibilidades, que vão do “sim” ao “nunca”. Cansei dessa espera por alguém que não lembra de mim. Cansei de sonhar com um telefonema que nunca vem. E quando veio, foi tão pouco pra mim.

O inverso da música. “Tudo que pode me dar” é pouco, foi pouco e soa pouco. Eu mereço mais. Eu sempre quis mais. Eu sempre estimulei os outros a ter mais. O “tempo certo”, pensava eu. Já dei muito tempo para o tempo aparecer. Ele não vem. Não quis vir, nunca quis. Ou quis, mas foi pouco, lembra?

Cansei também de tão bem corresponder às expectativas dos outros, menos às minhas. Parece que no fundo todos os meus “ele” sempre foram pouco pra mim. Não porque sejam seres inferiores, o problema não era eles. E não vou cair na ladainha de dizer que era eu. O problema eram os sentimentos, os descompassos e às vezes até os beijos.

O problema já foram aquelas notas do violão, já foi aquele perfume doce e já foi aquele abraço apertado. O que havia de melhor neles hoje vejo que era o grande problema. O me impedia de dizer que cansei. O que retardava o desapego. Este que provo agora. Ou será este também mais um “ele” a me cansar?

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