segunda-feira, outubro 20, 2008

Anna By Anna - Acreditar. Credere. To believe...


Esses dias vi um filme triste e não chorei. Fui ao jogo e pouco vibrei. Festejei o gol, mas costumava me emocionar com cada canto, com cada demonstração de paixão dentro de campo. Sábado apenas torci. Diante da dificuldade na eleição já não sonho mais com uma reviravolta, antes era isso que mais me motivava. De repente, era como se nada mais me tocasse.

Falei com ela no telefone e me entristeci, com direito a lágrimas e tudo. Tava bem, acho que já esteve pior. Mas pela primeira vez sinto que tô jogando a toalha. Deixo de acreditar em remédios e em milagres. E até em médicos conceituadíssimos. E aquele medo todo do início voltou. O que vai acontecer? Até onde vai tudo isso? Nada segura o avanço da doença?

E ela me deseja boa noite, que me cuide. Quando tô com ela, pede para “pensar em mim”. Aí volto e tenho que procurar emprego. E de novo, exercitar a prática de acreditar. Amanhã farei uma matéria e terei que acreditar que aquilo fará diferença para alguém. Quarta um jogo para eu acreditar.

Mas só há uma coisa que me faz acreditar e que durante o último ano, um ano e meio pode-se dizer, mesmo com toda a adversidade, eu tinha sim motivos para acreditar que valia a pena acreditar. E de repente, o motivo maior de todo o meu otimismo, de minha crença na vida e nas pessoas, vai sendo tirado de mim. Assim é difícil acreditar. Mesmo após esse fim de semana, recheado de surpresas e amor.

E sigo escrevendo acreditando que essas palavras façam alguma diferença. Sigo nessa ingenuidade cega e nessa esperança infantil de que tudo vai melhorar e que no próximo post eu conte que o inacreditável aconteceu com a única pessoa que pode entender o que to tentando dizer. Mesma que essa pessoa não costume ler muito e provavelmente nunca vá ler isso. Tá aí uma coisa sem sentido que eu não tenho que acreditar, eu simplesmente sei que é assim que funciona.

Talvez a crença seja algo sem sentido mesmo. Talvez eu tenha por tendência acreditar somente em milagres e não em estatísticas. Talvez minha vida inteira eu serei assim, não uma sonhadora mas uma criatura a espera de milagres. Ou melhor, uma expectadora de pequenos grandiosos milagres...só me resta mesmo é acreditar.

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