quinta-feira, abril 24, 2008

Delírios Colorados - Epópeia em cinco atos

Ao comprar ingresso pela Internet, estava escrito: hora do “show”. Às 21h50 do dia 23 de abril de 2008 o Internacional entrava em campo contra o Paraná. Para seguir adiante na Copa do Brasil o time da casa precisava vencer por três gols de diferença. Ou repetir o placar do jogo de ida, 2x0, e levar o jogo às penalidades.

Mais de 40 mil pessoas estavam presentes no Beira-rio. Wagner Tardelli apita o inicio do jogo e 40 mil vozes se agigantam no gigante da Beira-rio. Os 40 mil olhares apavorados vêem uma ambulância levar Jonas com apenas 20 segundos de jogo. Aqueles 40 mil corações se calam por dois segundos e mais forte cantam após o gol do Paraná, ocorrido nos primeiros minutos da partida. O Internacional precisava então marcar quatro gols.

Aos cinco minutos outros atores começam a entrar em cena. Bustos, que já atuou noutra freguesia, cruza da direita e Andrezinho chuta. A bola voa com a força das 40 mil almas que ali estavam, mais outras milhares que ali queriam estar, e as redes balançam, 1X1.

Mas o show estava apenas começando. Os sorrisos não refletiam o drama que era encenado em campo. As 32 minutos, de outro estrangeiro, viria mais uma nota dessa sintonia. Orozco cruza para o brasileiríssimo Índio ampliar o marcador. Ainda faltavam dois.

Nilmar parecia voar em campo. Sabia que com ele corriam aqueles 40 mil corações. Na bola que Fernandão tanto buscava estavam os olhares daqueles torcedores. E falando em olhar, Marcão olhou para o lugar certo, viu onde estava o capitão colorado que também mirou de forma certeira naquele que faria o terceiro gol, Andrezinho.

O Beira-rio rugia nas arquibancadas. E no gramado também. Iarley, no banco de reservas, foi repreendido pelo árbitro por se dirigir com freqüência à área reservada ao técnico e gritar aos seus companheiros de equipe.

Veio o intervalo e a torcida só mudou a letra, mas seguiu seu ritmo. Durante todo o intervalo, os colorados celebraram seu amor ao Inter. Que ainda não havia lhe dado o grande troféu da noite.

Após o “Olá” nas arquibancadas, a batalha continuava no gramado. E onze, aliás dez após a expulsão de Sidnei, dez guerreiros levavam na camisa o escudo idolatrado por milhares. E cada bola perdida era só uma batalha, mas a guerra continuava. Junto com cada lançamento estavam olhares. Em cada passe muitas vozes. E em cada balançar das redes corações tremiam juntos.

No peito de um dos guerreiros começava a trajetória do grande ato da noite. Magrão domina a bola no peito e chuta para o gol. A rede e a torcida fazem o Beira-rio tremer. Como todo show tem seu final feliz, Fernandão deixou o dele. Depois do jogador paranaense impedir o de Nilmar.

O 5X1 classificou o Inter. E cerram-se as cortinas. A arena ainda aplaude seus guerreiros que, humildemente agradecem o apoio daqueles que seriam meros expectadores.

É, o ingresso não mentia, essa noite assisti um verdadeiro espetáculo.

Nenhum comentário:

Contato

  • acmagagnin@yahoo.com.br