Entramos no Estádio Internacional de Yokohama por volta das 16 horas, acho, na verdade não lembro direito. Era um daqueles dias em que não se consegue pensar muito, nem falar direito. As palavras escapam da boca e o coração bate acelerado. Nem o trem bala era páreo para o coração de um colorado. Era mesmo um daqueles dias em que as lágrimas escorriam com facilidade.
Chegamos no estádio e por vezes me sentia no Beira-Rio. O vermelho era predominante. Aliás, vermelho é uma cor linda, forte, viva e que se impõe sobra as outras. Até porque as cores do Barcelona eram ostentadas pelos tímidos japoneses. Muitos deles, encantados pela nossa paixão, se rendiam ao Inter. A torcida gritava muito. Perdi a conta de quantas vezes os seguranças pediram silêncio.
Chegamos no estádio e por vezes me sentia no Beira-Rio. O vermelho era predominante. Aliás, vermelho é uma cor linda, forte, viva e que se impõe sobra as outras. Até porque as cores do Barcelona eram ostentadas pelos tímidos japoneses. Muitos deles, encantados pela nossa paixão, se rendiam ao Inter. A torcida gritava muito. Perdi a conta de quantas vezes os seguranças pediram silêncio.
Quando entrei no estádio, nas arquibancadas, logo escutei o anúncio do Inter, em japonês em inglês. E um filme sobre o Glorioso no telão. Meu coração disparou e não contive as lágrimas. Chorei feito criança de cinco a dez minutos. Estava com o rosto pintado. Borrei a maquiagem. Mal sabia eu que ainda borraria mais.
Mas o jogo começava e o Inter começou tímido. O time estava nervoso. Mas marcava homem a homem. Reparei que o colorado fazia a marcação ideal, a única capaz de bater o Barcelona. “É isso”, tranqüilizava a mim mesma. O Barcelona quis assustar no comecinho. Lembro de um lance em que Clemer defende no meio do gol e no rebote a bola foi pra fora. Naquele momento, eu pensei: é pra ser do Inter, não adianta. É que eu estava muito perto do lance, e o gol esteve muito próximo de ocorrer naquele momento. O Barcelona marcar no incio do jogo seria uma catástrofe pro Inter. Mas não marcou.
E a cada lance do Barcelona o Inter dava seu sustinho. Como quando Pato chutou pra fora. Teve aquela cobrança do Ronaldinho. Gelei, mas Clemer, São Clemer naquele dia, estava lá no lugar certo, mesmo que a barreira tenha aberto. Mas não falemos mal da defesa. Ceará estava implacável na marcação a Ronaldinho. E Indio não perdia uma bola. Lembro de um lance em que ele deu uma carrinho para controlar a bola, não conseguiu e antes que eu lamentasse ele estava de pé e tirou a bola dali. O zagueiro deu se sangue pelo time, literalmente. E o Eller então, outro que formava uma fortaleza na nossa pequena área. Cada jogador do seu jeito era importante. O Monteiro fez sua parte, junto com Edinho, Alex(que não jogou tanto) e depois Vargas que o substitui. Teve o maestro Fernadão que parecia voar naquele gramado. Pois se deslocava com grande rapidez de uma ponta a outra do campo. O menino Pato parecia nervoso, mas não se mixou pros galácticos não. Conseguiu passar por dois, com direito a giro e tudo, só parou depois de uma falta. E o Iarley , aquele baixinho era um golias. E foi gigante o jogo todo. Merecia muito mais que Deco o prêmio de melhor jogador em campo.
Buenas, acaba o primeiro tempo. Os colorados sorriem, mais que quem torcia para o adversário. No final do primeiro tempo reparei na cara de apreensão do técnico e do banco do Barça. Agora vocÊs conhecem o Inter, né?! O Lamporta agora devia saber quem era o Inter. Nesse momento eu pensei, dá pra ganhar. O Barcelona não é imbatível!
Começa o segundo tempo, o jogo segue truncado, toma lá da cá. As faltas me parecem, mais freqüentes e duras. E Ronaldinho parece visivelmente mais irritado. Clemer mais seguro e Fernandão mais cansado. O garoto Pato é substituído por Luiz Adriano. Droga, sonhei com um gol desse guri. Mas Luiz Adriano fez bonito e foi crucial no primeiro jogo, tudo bem. Aí Fernandão sai. Gabiru se prepara. Puta que pariu, pensei. Fernandão volta, ufa! Mas a susbtituição ocorre mesmo, sai Fernandão e entra gabiru, eu me apavoro. Já era o título, que merda! Colorados se olham desacreditados, não pode ser verdade, todos pensam.
Indio tira uma bola da área e toca pra frente, Gabiru cabeceia e corre. Luiz Adriano recebe a bola e passa para Iarley, que parece voar no campo, ele corre muito, passa um dois e vê Gabiru que vê só o goleiro, chuta e gol. Gooooooooooooooooooooool!
O Inter marca, a torcida enlouquece, pessoas caem umas por cimas das outras. Eu não lembro o que fiz, gritei abracei quem estava no meu lado, acho que até os seguranças eu abracei. Eles que se apavoraram com o gol.
E faltam oito minutos. Os oito minutos mais longos da minha vida. E o juiz deu três de acréscimo, puta que pariu! Ronaldinho tem uma falta pra cobrar, que medo, eu não consegui falar, nem gritar e nem chorar, acho que só rezei, paralisada no meu lugar. Ronaldinho bate e a bola vai pra fora. O tempo não passa. O colorado começa a tocar a bola no meio do campo, um pouco pra frente.O jogo acaba.
O sonho se realiza. O Inter é campeão do mundo!
O meu Inter é o melhor do planeta. O milionário Barcelona caiu diante do Inter. Foi um duelo de gigantes, onde o gigante dos pampas de uma perna só carimbou seu nome na história. Choro só de lembrar. As pessoas se abraçavam e choravam. Carvalho pulava feito criança, Eller veio a nós, Pato nos jogou uma camisa, Fernandão era cercado de repórteres, Abel parecia não crer.
O sonho se realiza. O Inter é campeão do mundo!
O meu Inter é o melhor do planeta. O milionário Barcelona caiu diante do Inter. Foi um duelo de gigantes, onde o gigante dos pampas de uma perna só carimbou seu nome na história. Choro só de lembrar. As pessoas se abraçavam e choravam. Carvalho pulava feito criança, Eller veio a nós, Pato nos jogou uma camisa, Fernandão era cercado de repórteres, Abel parecia não crer.
E eu agradecia aos céus pela benção maior da minha vida. A glória do meu grande amor. O ápice do meu clube querido do coração. Eu que já sofri junto, agora sofria por não conseguir gritar mais que meu coração queria, por não escorrer mais nenhuma lágrima, todas já se foram, mas eu tirava voz e lágrimas e sorriso da alma, para festejar o campeão do mundo. Que não era nem um milionário europeu. Mas a academia do povo, o glorioso Internacional de Porto Alegre. Eu ostentava a bandeira do Rio Grande àqueles japoneses como a dizer ”Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”.
Arigatô, Inter!
Sport Club Internacional, Campeão do Mundo – Fifa 2006.
2 comentários:
Oi Anna. Tudo bem? Achei bem legal a cobertura no Japão, apesar do resultado não ter me agradado muito..hehe Mas acho que tá na hora de atualizar o blog...hoje é 21/02 e o inter estreiou na Libertadores 2007....rsrsrsrs
Beijos e saudades!!!
Olá,
Mesmo sendo gremista, parabéns pela postagem. Nada como o testemunho de que viveu o fato.
Bom, pelo time não darei parabéns, até porque já caíram na real novamente. Brincadeira menina, percebe-se a tua emoção nas fotos. Só uma coisa, pediram para a torcida FAZER SILÊNCIO???
[]s
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