quinta-feira, maio 20, 2010

Com um pé na África



Saiba como estão se preparando e as expectativas de dois jornalistas gaúchos que farão a cobertura da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul

A Copa do Mundo inicia oficialmente dia 11 de junho, mas muitos brasileiros já vivem a Copa. E alguns já começaram essa vivência bem antes da convocação ocorrida na terça, dia 11. São os jornalistas que irão fazer a cobertura do maior evento de futebol a nível mundial. É através deles que a maioria dos mortais vai poder saciar suas curiosidades, angústias e poder torcer por sua seleção ou simplesmente acompanhar no conforto de sua casa o que há de melhor no futebol. Zé Alberto Andrade (foto 2), da rádio Gaúcha, e Flávio Dal Pizzol (foto1), da Guaíba, embarcam em meados de junho para a África do Sul. Na mala, a experiência de duas Copas, a ansiedade de novato e a expectativa da primeira Copa em um continente africano. Mais do que garantir a vacina contra febre amarela e ter a validade do passaporte em seis meses da data da volta, únicas exigências para a entrada no país, há meses os jornalistas já se preparam para essa viagem.


Zé Alberto esteve na África do Sul ano passado para a Copa da Confederações, o que lhe deu uma ideia da realidade do país. Um dos problemas observados durante o evento, e que o país se comprometeu a revolver para a Copa do Mundo, é a questão do transporte. “O sistema de trânsito é caótico, o nosso também é, mas eles não têm o transporte coletivo e os trens são de baixa qualidade”, relata Zé Alberto. Segundo o jornalista, a segurança também preocupa. “Seis horas da tarde a cidade tá vazia, ninguém está na rua”, conta. Algumas orientações foram dadas para evitar esses problemas, como andar em grupo, evitar caminhar a pé na rua, ter cuidado ao pegar táxis (há muitos veículos ilegais) e, à noite, procurar andar somente em shoppings. Os eventuais problemas encontrados na África podem contribuir para a realização da Copa no Brasil, daqui há quatro anos. Segundo o jornalista, “a gente pode avaliar lá quais as dificuldades que um país de terceiro mundo pode ter”, e completa “eu tenho a expectativa de ver o que vai funcionar e o que não vai funcionar para daqui há quatro anos a gente ver o que vai funcionar no Brasil”. Quanto a questão racial, para Zé Alberto, “há uma tensão permanente, embora não haja uma hostilidade explícita”. O jornalista observou que não há miscigenação, com exceção da região da Cidade do Cabo. A equipe da rádio Gaúcha já possui reserva desde dezembro no hotel e, dentro da equipe de 22 profissionais que vai, todos os repórteres ganharam uniformes, mala, lap top, black berry, além de equipamentos modernos de transmissão que o grupo RBS estará levando para o país. Zé Alberto consegue se comunicar em inglês, mas frequenta um curso de inglês desde o ano passado. O jornalista promete retribuir o investimento e a expectativa do público em seu trabalho e promete “total empolgação”. “Eu gosto muito de trabalhar com seleção por a gente estar em contato com pessoas que são fato no mundo inteiro e com colegas que são os de ponta na nossa área, e quando tu está no meio desses caras tu tem que fazer coisas dignas do que eles fazem, então eu acabo dobrando meu esforço, ressalta.

O jornalista Flávio Dal Pizzol acredita que “a experiência facilita um pouco” para a realização de uma boa cobertura de Copa do Mundo. O repórter, que está na sua terceira Copa do Mundo, já participou de Copa América, Copa das Confederações e Olimpíadas em seus 15 anos de rádio Guaíba. O grupo Record enviará seis profissionais do estado, incluindo profissionais de jornal e rádio. Um jornalista da Record São Paulo já está no país e também ajudará os repórteres em eventuais problemas de logística. Dal Pizzol também acredita que a realização da Copa na África do Sul servirá como parâmetro para a Copa de 2014. “Talvez como o Brasil está tendo dificuldades , a África do Sul também teve dificuldades para montar toda a estrutura”, opina. O jornalista espera problemas quanto a deslocamentos devido a problemas nos transporte.

Quanto ao protagonista do evento, o futebol, tanto Zé Alberto quanto Dal Pizzol consideram a seleção brasileira favorita ao título, mas apontam alguns obstáculos que a seleção terá. “O que eu temo é que os jogadores não cheguem no melhor condicionamento”, argumenta Zé Alberto, que cita problemas em jogadores como Kaká e Luis Fabiano. Dal Pizzol alerta para outros candidatos ao título, como a Argentina e Espanha. “conversei com Nilmar - que joga em, uma equipe espanhola - essa semana e ele tá apostando que a Espanha vai incomodar. Zé Alberto acrescenta a Holanda nessa lista de candidatos ao título. “Tenho muto curiosidade pela Holanda, com uma geração de jogadores que está muito bem e parece ter resolvidos problemas internos”, aponta.

Nenhum comentário:

Contato

  • acmagagnin@yahoo.com.br