A inveja é um virtude humana. Sim, uma virtude e não um pecado. Eu invejei muitas coisas na minha vida. Invejava, por exemplo, quem viu o rolo compressor dos anos 40 jogar.
O time do Inter naqueles tempos era extremamente ofensivo e um verdadeiro papa-títulos. Primeiro hexacampeão gaúcho, oito em nove títulos disputados. Uma formação tática perfeita, dois zagueiros, dois alas e um ataque que começava no meio. Um time a ser temido pelos adversários. Eu sempre lamentei não ter visto um jogo daquele time. Que sensação teria o torcedor daquele time? O rolo compressor realizou, dentre muitas façanhas, vencer um jogo por 9 a 3. Foi em 1942, contra o Cruzeiro de Porto Alegre.
Mas quis o destino que minha inveja cessasse da maneira mais satisfatória possível. Eu veria um time quebrar essa façanha. O Inter campeão gaúcho de 2009, conseguiu, domingo, uma façanha maior que aquele time de 1941. Fez 7 a zero no primeiro tempo. Uma média de um gol a cada seis minutos. Um primeiro tempo a ficar marcado na memória de quem assistiu. Passes curtos e perfeitos, que percorriam os dois lados do campo e tinham a participação de quase todos os jogadores. Um jogo que lembrava futebol de salão em um dos maiores campos de futebol do país. Um jogo de orgulhar colorado. Quarenta e cinco minutos de gala para quem gosta de futebol. O time do Caxias, é bom que se diga, tentou sim jogar e sair com a bola. Mas a rotatividade e eficiência da equipe colorada, com o talento individual aflorado de seus jogadores, deixou os atletas do time grená tontos.
O rolo compressor de 2009 não tem Tesourinha nem Rui ou Carlitos. Tem Nilmar, D'Alessandro e Taison. Tem ainda Magrão, Indio, Kleber e Bolívar. Álvaro e Sandro. O encarregado de carregar a braçadeira é nada menos que o incansável Guiñazu. Comandados pelo tri campeão gaúcho Tite. Que conquistou o título em cima de seu ex-time, cuja alegria de um título do gauchão viveu sob seu comando. E conquistou por antecipaçãpo esse título ao ganhar o turno que leva o nome de do maior dirigente do outro time que conquistou o gauchão quando ele foi técnico.
O rolo compressor de 2009 é afeito a façanhas e a "coincidências". Foi bicampeão repetindo o placar e a cidade do adversário. Os 8x1 sobre o Juventude foram um daqueles jogos que qualquer pessoa exclama "mas oito!". O rolo compressor repetiu o feito. Até o tempo, nublado e com chuva, era igual a decisão do ano anterior.
O rolo de compressor dos anos 40 é respeitado até hoje. Era favorito no jogo e no campeonato que disputasse. O de hoje também.
O rolo compressor quer realizar, e pode, um feito que o time dos anos 40, quem diria, tem inveja, porque não pôde realizar: tornar o ano do centenário mais inesquecível para a torcida colorada.
Seis competições e quantos títulos esse rolo compressor irá faturar neste ano? Aliás, o rolo compressor dos anos 40 durou oito anos. O de 2009 começou em 2008 - oito de novo - e durará quantos anos? Quantos grenais serão conquistados? Já são sete invictos (quatro vitórias e três empates).
Seis competições e quantos títulos esse rolo compressor irá faturar neste ano? Aliás, o rolo compressor dos anos 40 durou oito anos. O de 2009 começou em 2008 - oito de novo - e durará quantos anos? Quantos grenais serão conquistados? Já são sete invictos (quatro vitórias e três empates).
Falando em invicto, o rolo compressor de 2009 adora essa. Conquistou o gauchão sem uma única derrota. O rolo compressor dos anos 40 só existe na memória desde 1948. O rolo compressor do centenário recém nasceu...
Qualquer jogador que conhecesse a história daqueles homens dos anos 40 sentiria inveja. Os que vestem a camisa colorada hoje foram além,estão dispostos a ser igual a eles. Não, após o jogo de domingo, me certiquei de que Lauro, Álvaro, Indio,Bolivar, Kléber, Guiñazu, Sandro, Magrão, D'Alessandro, Taison e Nilmar estão determinados a superar a façanha do rolo compressor dos anos 40. Estão determinados a superar qualquer façanha de qualquer time. E eu, que vejo esse time jogar, provocarei inveja nos meus netos...
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