No final da tarde de ontem o Senado absolvia seu presidente. Por 40 votos contra 35, e 6 abstenções, o senador Renan Calheiros foi inocentado por seus colegas em reunião secreta da acusação de quebra de decoro parlamentar.
Enquanto isso, no interior da Bahia, em uma pequena cidade com pouco mais de 20 mil habitantes, Pedrinho atendia no bar de seu pai. Estava triste, pois não tinha se saído bem na prova de química que definiria sua nota do trimestre. A matéria nunca foi seu forte, mas Pedrinho sabe que deveria ter estudado mais. Na verdade, por preguiça, ele nem tocou nos livros. No caixa vê sua professora Cleide. Ela queria levar pão, leite e queijo mas o dinheiro não dava pra tudo. Pedrinho, com os olhinhos brilhando, fala:
- Não se preocupe não, pode levar tudo. A senhora precisa de muita energia para corrigir as provas e dar as notas.
Dona Cleide agradece e se despede, o menino ainda fala:
- Não esqueça de dar uma nota boa pra mim, diz Pedrinho piscando o olho.
Seu pai comenta com os outros fregueses como seu filho é esperto.
Na mesma hora, no Rio de Janeiro, debaixo de um sol ainda escaldante apesar da hora, João tenta conquistar clientes na beira da praia:
- Sanduíche natural, a dois reais.
Um casal de japoneses pede dois sanduíches. Num inglês quase indecifrável, pedem para João ajudá-los no dinherio. Eles lhe mostram uma nota de dez reais e outra de cinco reais. João pega a de dez e diz está tudo certo. Os japoneses agradecem satisfeitos. E João, ao sair, comenta com outro vendedor:
- Tem que ser malandro, meu irrrmão.
Já do outro lado do Brasil, próximo a Alvorada no Rio Grande do Sul, Magda olha apavorada para o relógio. Na volta de Porto Alegre, havia pego um acidente na estrada que trancou todo o tráfego. Ela teria que se apressar, pois tinha que buscar seu filho na creche. Logo adiante, num posto da Polícia Rodoviária, um policial pede para ela parar.
-Boa Tarde. Nosso radar registrou que a senhora excedeu o limite de velocidade permitida na estrada, comunica o guarda a Magda.
- Ah, seu guarda, e quanto vai me sair essa brincadeira - indaga a motorista
- Deixa eu calcular aqui... 510 reais, a senhora estava bem acima da velocidade.
- Bah, mas eu só corri porque estou atrasada para buscar meu filho, não tem como o senhor relevar essa multa - fala Magda com a voz arrastada
- Não deveria né...a senhora sabe, eu ganho pouco.
Magda abre a carteira e vê uma nota de cinquenta reais. Enquanto mexe na nota olha para o guarda, que lhe diz, enquanto estende a mão:
- Tudo bem, pode ir. Mão é mãe.
Mais ou menos na mesma hora, duas mulheres conversam numa parada de ônibus, em algum lugar do Brasil.
- Cê viu que o Renan foi absolvido?
A outra, incrédula, responde:
-Político é tudo ladrão mesmo, não tem jeito...
Enquanto isso, no interior da Bahia, em uma pequena cidade com pouco mais de 20 mil habitantes, Pedrinho atendia no bar de seu pai. Estava triste, pois não tinha se saído bem na prova de química que definiria sua nota do trimestre. A matéria nunca foi seu forte, mas Pedrinho sabe que deveria ter estudado mais. Na verdade, por preguiça, ele nem tocou nos livros. No caixa vê sua professora Cleide. Ela queria levar pão, leite e queijo mas o dinheiro não dava pra tudo. Pedrinho, com os olhinhos brilhando, fala:
- Não se preocupe não, pode levar tudo. A senhora precisa de muita energia para corrigir as provas e dar as notas.
Dona Cleide agradece e se despede, o menino ainda fala:
- Não esqueça de dar uma nota boa pra mim, diz Pedrinho piscando o olho.
Seu pai comenta com os outros fregueses como seu filho é esperto.
Na mesma hora, no Rio de Janeiro, debaixo de um sol ainda escaldante apesar da hora, João tenta conquistar clientes na beira da praia:
- Sanduíche natural, a dois reais.
Um casal de japoneses pede dois sanduíches. Num inglês quase indecifrável, pedem para João ajudá-los no dinherio. Eles lhe mostram uma nota de dez reais e outra de cinco reais. João pega a de dez e diz está tudo certo. Os japoneses agradecem satisfeitos. E João, ao sair, comenta com outro vendedor:
- Tem que ser malandro, meu irrrmão.
Já do outro lado do Brasil, próximo a Alvorada no Rio Grande do Sul, Magda olha apavorada para o relógio. Na volta de Porto Alegre, havia pego um acidente na estrada que trancou todo o tráfego. Ela teria que se apressar, pois tinha que buscar seu filho na creche. Logo adiante, num posto da Polícia Rodoviária, um policial pede para ela parar.
-Boa Tarde. Nosso radar registrou que a senhora excedeu o limite de velocidade permitida na estrada, comunica o guarda a Magda.
- Ah, seu guarda, e quanto vai me sair essa brincadeira - indaga a motorista
- Deixa eu calcular aqui... 510 reais, a senhora estava bem acima da velocidade.
- Bah, mas eu só corri porque estou atrasada para buscar meu filho, não tem como o senhor relevar essa multa - fala Magda com a voz arrastada
- Não deveria né...a senhora sabe, eu ganho pouco.
Magda abre a carteira e vê uma nota de cinquenta reais. Enquanto mexe na nota olha para o guarda, que lhe diz, enquanto estende a mão:
- Tudo bem, pode ir. Mão é mãe.
Mais ou menos na mesma hora, duas mulheres conversam numa parada de ônibus, em algum lugar do Brasil.
- Cê viu que o Renan foi absolvido?
A outra, incrédula, responde:
-Político é tudo ladrão mesmo, não tem jeito...
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